A raça nelore é uma das predominantes no rebanho brasileiro (85% do total). Conheça um pouco mais:
1. Roque Quagliato é conhecido como o Rei do Gado
Roque Quagliato junto com seus irmãos é o maior criador de gado de corte do país. O negócio utiliza alta tecnologia de manejo e produção. Roque, quando tinha 33 anos deixou para trás a vida de usineiro em Ourinhos, no interior de São Paulo, para tentar a sorte como pecuarista no meio da Amazônia, em Sapucaia, na região de Xinguara, a 600 km da capital do Pará, Belém. Na época, em 1973, o governo militar incentivava a migração para a Amazônia.
2. Melhoramento genético
Além de ser a raça para produção de carne In-Natura mais utilizada e abundante no Brasil, a raça nelore vem, principalmente nos últimos 30 anos, sendo utilizada para o aprimoramento genético. O Nelore já teve seu DNA sequenciado em uma pesquisa internacional. O sequenciamento foi realizado pelo professor José Fernando Garcia, da Universidade Estadual Paulista de Araçatuba (Unesp), um projeto de dois anos e U$ 500 mil. Contou também com a participação do Agricultural Research Service (ARS), da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos e da Università Cattolica Del Sacro Cuore, na Itália.
O investimento em tecnologia permite ao gado alcançar o peso de 18 arrobas (em torno de 270 kg) em dois anos, reduzindo em até 3 anos o tempo necessário para o abate. O melhoramento genético é o grande responsável pela evolução da raça. No Brasil, as carnes não têm hormônios, pois foram proibidos devido às exportações. Assim, as mudanças que ocorreram no rendimento do animal são resultado do melhoramento genético e da alimentação. Atualmente, no Brasil, a criação para este aprimoramento vem crescendo gradualmente e se tornando uma das alavancas comerciais na agropecuária brasileira, recebendo destaque nacional e notoriedade internacional.
3- Zezé di Camargo é um grande investidor
Nascido no interior de Goiás, o cantor sempre quis, além de cantor, ser pecuarista. Em 1993, comprou uma fazenda no Vale do Araguaia, em Araguapaz (GO) onde abriga vacas de até R$ 1,5 milhão. Na fazenda tem laboratório usado para a reprodução de gado nelore puro utilizando técnicas de inseminação artificial. Frequentando leilões, começou a investir na raça nelore, gado que já conhecia desde antes de se tornar cantor e com o qual queria trabalhar. Comprou 360 exemplares no início. A partir daí quis trabalhar com melhoramento genético e passou a vender animais puros.
4- O Nelore é originário da Índia
Nelore é o nome de um distrito da antiga Província de Madras, Estado de Andra, situada na costa oriental da Índia, onde foram embarcados os primeiros animais para o Brasil. Os indianos consideram o bovino um animal sagrado. Por isso, a maior parte da população é vegetariana e tem o leite como única fonte de proteína animal na dieta. A exploração dos animais é concentrada na produção de leite e no transporte. O nelore se multiplicou com uma velocidade espantosa a partir dos núcleos que se formaram logo depois das importações da Índia, no século XVIII.
A grande aceitação deve-se aos índices de desenvolvimento reprodutivo e produtivo de competitividade da raça em climas tropicais. Entre as características que levam a esse índice estão: rusticidade, pois os bezerros são fortes e espertos; alta fertilidade; sistema mamário da fêmea que facilita a vida do recém-nascido para mamar com agilidade; bacia inclinada, que facilita o parto; cores da pele e da pelagem, que protegem o animal dos raios ultravioleta e reflete a luz do sol.
O sucesso da raça também está na simplicidade do manejo e no retorno do investimento – com mais carne por área e mais lucro ao produtor. Além disso, o Nelore se adapta aos trópicos nas condições mais adversas.
5- Música em homenagem à raça Nelore
A música “Mundo Nelore” (zedu) retrata as virtudes do Nelore e presta uma homenagem à raça predominante no rebanho bovino do Brasil.
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